
Imagino o acostamento. um bar na beira da estrada onde eu possa tomar um café, fumar um cigarro e voltar para a pista e , novamente, estender o dedo.
Imagino o caminhão ou o carro ou a moto que para.
Imagino a hipótese de ninguém parar. Me imagino andando pelo acostamento debaixo do sol e me imagino continuando na chuva, tendo sempre em vista a longa estrada pela frente. Imagino, também, meu desejo de que ela nunca acabe.
Quando fecho os olhos não imagino o destino, mas sempre a viagem em sí. Não tenho destino certo, nem o quero.
Não quero residência, não quero laços, não sigo rastros. Apenas quero ir e ver, conhecer e sentir. Quero asfalto, quero poeira, quero lama, quero serra, quero praia. Quero meu caminho feito à pura sorte, sem mapa ou bússola.
Assim que partir já terei chegado.
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário