sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Um Zen-poeta-zumbi-alcoólatra.

Caminho com as mãos nos bolsos, um cigarro na boca e só.
passa por mim um cachorro em busca de comida ou um lugar seco pra domir.
sinto pena, mas admiro sua liberdade tão estranha.
Sigo olhando tudo, mas sem foco algum.
tremo com uma súbita rajada de vento que passa. madrugada fria.
não tem mais ninguem na rua.

A rua as 4 da manhã não parece a mesma de 12 horas antes.
ninguem comendo salgado na esquina,
fumando cigarros mentolados
ou comprando seda pra apertar um baseado.

Me sinto bem melhor por aqui quando ela está vazia.

Olho o Mercado fechado e, por tras dele, a pedreira,
a mesma pedreira que consigo ver da minha casa
mas nunca lembro de olhar,
talvez por ter me acostumado com sua beleza constante.

As palmeiras no alto balançam com o mesmo vento que faz meu queixo bater.
e as folhas balançam junto com meus cabelos.


Resolvi esperar mais um pouco antes de subir.
vou curtir a companhia das palmeiras antes de dormir.
Talvez, até o sol sair
ou só ate o cigarro terminar de queimar.